quinta-feira, março 17, 2016

"O mundo é bem mais que o seu quintal"

Vou contar aqui uma historinha que explica um pouco do meu comportamento diante da vida, do universo e tudo mais.

Há mais ou menos dez anos estava eu na faculdade e indo pra final da disciplina de linguística ( lembrando que fora a primeira e única vez que fui pra final durante todo esse processo, logo, eu estava bem #chatiada).
Na ocasião, eu estagiava no departamento de história da mesma universidade e passava praticamente o dia inteiro no lugar. Então, tinha que dar meus pulos pra estudar entre os intervalos do trabalho.
Num desses momentos, aparece um professor (trabalhava em um setor que lidava diretamente com eles) e me pergunta o que eu estava fazendo.
Eu, sem filtro e aborrecida, fiz o que aluno faz de melhor: falei mal do professor. Sentia-me injustiçada com a nota, e, claro, acabei desabafando esse descontentamento para o primeiro que apareceu. Falei mermo, não vou mentir.

À noite, durante a prova, o professor me olha e pergunta:
-       O fulano te deu meu recado? (referindo-se ao dito professor a quem falei tudo)
-      E aquilo era um recado? Então imagino que o senhor tenha recebido o meu de volta.
A conversa ficou nisso e eu, graças a Deus, passei nessa disciplina.

No fim, pensando em tudo que aconteceu, meu questionamento era só um:

-         Por que minha opinião importava tanto para aquele professor?

Eu ficava ali imaginando, no auge dos meus 20 anos, o que levava uma pessoa a confabular toda uma situação pra saber o que eu pensava sobre ela.
E, vou dizer pra vocês, isso é algo que até hoje não entendo.
Mesmo com toda a inexperiência e imaturidade da época, minha noção de  valor /importância já se vinha se moldando para algo que acredito e tento praticar hoje.
O lema é mais ou menos esse: eu não me importo com o que você pensa  sobre mim e acho que você também não deveria perder nenhuma noite de sono se importando com o que penso sobre você.
Isso não vai fazer a diferença em nossas vidas, a não ser um desgaste desnecessário de nossa paciência, além de uma preciosa perda de tempo.
Quando penso na possibilidade de, em algum lugar do mundo, ter alguém deixando de investir suas energias em seus projetos pessoais, em sua próxima viagem de férias, na educação do filhos,  pra tentar saber o que penso sobre ela, me vem à cabeça: “ Você está fazendo isso errado”.

O segredo é dar a coisas e pessoas o verdadeiro grau de importância que elas merecem. O contrário só deixa a gente velha e não há Renew da Avon que dê jeito!

*O título do texto é um trecho da música Longo Passeio, da banda Los Porongas