Eu nado no raso. Fico ali, com água no meio da canela, porque não costumo me jogar. Tenho essa dificuldade de mergulhar nas coisas que faço. E olha que não faço muitas coisas, mas faço algumas.
Nessa pluralidade entre o fazer e ser, não consigo me agarrar a uma que me defina ou limite. Ou vai ver eu não consigo entregar 100% de mim a alguma coisa.
Eu sou mulher, mãe, fotógrafa, brinco no tecido acrobático, faço trabalhos de artesanato, algumas reforminhas caseiras, sou jornalista, filha, esposa, irmã, amiga...Nessa lista diversa de atividades em que não consigo me rotular.
Será medo? Deve ser. Tenho medo da intensidade. Tenho pra mim que os excessos escondem faltas. Mas um excesso de coisas também deve esconder uns buracos.
Vai ver, se eu me jogasse de cabeça em uma dessas de mim, seria mais fácil ver direito. Por enquanto, sigo múltipla.