E eu que achava que tinha descoberto o segredo da vida, do
universo e tudo mais, percebi então que
o segredo está no equilíbrio. Simples assim. Equilíbrio.
Nem 8, nem 80, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Nem tanto
lá, nem tanto cá.
Chegar a essa conclusão foi bem simples. Difícil é manter
essa balança no dia a dia.
Um momento pra trabalhar, pra dormir, malhar, namorar,
ganhar dinheiro, pra orar (ou se conectar com aquilo que acredita), outro pra
viajar, pra se divertir, pra chorar, pra sonhar, pra batalhar, pra cumprir
metas, obrigações, pra se realizar e um tempo pra fazer nada, que também é importante.
Um tempinho pra cada coisa, senão fica chato. Fica perigoso.
A gente corre o risco de ficar aquele tipo de gente que só sabe falar de uma
coisa e só sabe viver essa coisa no dia, entende?
Só sabe ser a mina das dietas da moda e não fala em outra
coisa que não seja alimentação saudável. Só sabe ser politizado e não sobra
mais tempo pra nenhuma piadinha de animais fofos no facebook. Só sabe ser o maromba
e não sobra um espacinho pra deitar no sofá e ver televisão.
O bom de o dia ter 24h é justamente isso. Permitir que
sejamos vários. Ser servidora pública, manicure, mãe, ciclista, jogadora de vôlei
ou de conversa fora, esposa, amiga, de esquerda ou de direita, budista, sedentária
e pianista. Mas tudo no seu devido tempo.
Nada de mais, nem de menos. No meio.
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