Uma das poucas satisfações que a profissão de jornalista me
proporciona é sair do quadrado. Ter a oportunidade de ouvir histórias reais,
daquelas que te puxam pra Terra e te dão um pouco mais de noção nesse mundo de
loucos.
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, fui com a
equipe da OAB-AC fazer uma visita à Casa de Abrigo de Rio Branco. Um local que
recebe mulheres vítima de violência e com risco eminente de morte.
Lá, existe segurança e uma equipe preparada para receber
essas mulheres. Lá existem histórias que a gente nem imagina.
Existe a violência das estatísticas, aquela que pouco sai
nos jornais. Existe a fragilidade e a revolta da impunidade.
Mulheres que registraram vários ‘boletins de ocorrência’
contra seus parceiros e nada acontece.
E aí, para não morrerem, elas se abrigam na Casa. Apesar de
toda estrutura e atenção recebida, estar na Casa tem um preço: a liberdade.
Não é permitido sair de lá, há pouca comunicação com
parentes, tudo isso para que o agressor fique o mais longe possível da vítima.
Mesmo que se façam todas as homenagens merecidas neste dia.
Que mencionem nossa importância, nossa força e nosso crescente espaço no
mercado de trabalho, nada será suficiente enquanto mulheres forem agredidas
dentro de casa.
Entre flores e mimos, o que interessa hoje são políticas públicas
e leis devidamente aplicadas. Estas sim nos honram.
Feliz Dia Internacional da Mulher a todas.
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