Não há sequer um dia em que eu não entre no meu banheiro e
não lembre do Alex.
Nem um dia em que eu não pense na vontade que tenho de
encontrá-lo, olhar nos olhos dele e dizer “Cara, por que você fez aquilo no meu
banheiro? Você teria feito no seu? ENTÃO!”
O Alex passou o rejunte igual a venta dele. Ou, se duvidar,
pior.
E é nesse tipo de situação que sempre me pergunto “Por que
tanta falta de zelo com as coisas alheias?”
Custava um pouco de cuidado, de carinho com o patrimônio do
outro?
Além da preocupação comum de encontrar um profissional que
consiga terminar o serviço, você tem ainda que tirar férias e sentar do lado do
cabra pra ele não pisar fora da faixa.
É um trabalho cansativo, que seria facilmente dispensado se
houvesse profissionalismo de verdade, se o prestador se colocasse no lugar do
outro.
É como quando eu mandei pintar o estúdio em que trabalho,
deixei lá um trabalhador da minha confiança e voltei dias depois só pra pagar e
passar mais dois dias tirando respingo de tinta dos móveis, que ele não se deu
o trabalho de cobrir.
E assim as coisas vão acontecendo. Você pagando pra
construir/reformar aqui e de olho pra não quebrar ali.
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