Tem uma cena do filme “Espanta Tubarões“ em que o chefe do
Oscar mostra em que posição ele está na cadeia alimentar e é justamente como eu
me vejo agora em eventos sociais.
Fotografo festas há pouco mais de seis anos e transitar
nesse ambiente permite que a gente conheça várias pessoas, principalmente os
fornecedores de outros serviços: decoradoras, doceiras, garçons...
Nesse meio, todo mundo se ajuda e reconhece que cada um está
ali para fazer bem o seu trabalho.
Eu só costumo comer nas festinhas quando o cliente me
oferece, porque me vejo prestando apenas um serviço e procuro ser o mais
discreta possível.
Mas, voltando ao filme, o sr. Sykes explicava ao Oscar que existem os
tubarões, as baleias, os peixes, os corais, os plânctons, o cocô da baleia e,
por último, ele.
E, nessa escala social, tô eu lá embaixo junto com o Oscar,
porque, de repente, os garçons de alguns eventos que fotografo decidiram que é
este o lugar que me cabe e não têm coragem de me servir um copo d`água (que,
como vocês bem sabem, não se nega a ninguém).
Não sei dizer como nem quando começou, se é algo pessoal ou
postura do buffet, só sei dizer que não tá fácil, Brasil.
Para esses profissionais, passei a fazer parte da ala dos
invisíveis e sabe lá quando eu vou sair de lá.
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