domingo, agosto 25, 2013

Da prática diária



“Minha mente gira como um ventilador” diz a banda Titãs em Nem 5 minutos Guardados (música que gosto bastante, a propósito). E é assim mesmo que me sinto.

Penso muito e pouco faço. Penso demais e escrevo de menos. Já deveria ter voltado aqui antes, mas meus textos e reclamações constantes ficam presos à mente e à preguiça que me impede de chegar ao destino final.

E entre tantas coisas que se passam por essa mente inquieta, escolhi falar das palavras, ou melhor, do significado delas e o que hoje representam pra mim.
Aquelas que deixam o papel e passam a fazer parte do seu dia a dia, numa luta constante de praticá-las corretamente.
Tolerância é a da vez.  A tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), conceituada pelo nosso amigo Wikipédia como “um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física. Do ponto de vista da sociedade, a tolerância é a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar outra pessoa ou grupo social, que tem uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio grupo. Numa concepção moderna é também a atitude pessoal e comunitária de aceitar valores diferentes daqueles adotados pelo grupo de pertença original”

Já parou pra pensar na dificuldade de praticar isso diariamente? De se controlar para não desligar seu filtro quando vê alguém próximo sendo intolerante e, muitas vezes, hipócrita?

E de se policiar constantemente pra não se pegar fazendo a mesma coisa com outra pessoa?

A tarefa é árdua, porém a mais indicada. Quando tento perder a esportiva, lembro do escritor Rubem Alves falando da escutatória. E deixo aqui um trecho desse texto, porque o cara sabe mesmo das coisas.

 Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular
Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma”.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma”. Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer.
Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor”

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