domingo, dezembro 27, 2015

Fica, vai ter bolo!




Hoje Sugestível completa 10 anos de existência nesse mundo virtual.
Entre os questionamentos que me bateram à porta logo cedo,  o mais eloquente: onde deu errado?
Deu errado por não ter mantido a assiduidade das postagens, mas, avaliando astrologicamente, deu muito certo, considerando que uma geminiana conseguiu manter no ar um mesmo projeto por uma década.
Deu errado porque eu não fiquei rica, mas avaliando de forma superficial mesmo, nem teria como.
Não sei fazer tutorial de make, não sei dar dicas de moda, de culinária,  de lojas, de decoração e não evoluí pra uma plataforma mais moderna. Não me tornei uma youtuber.
Contudo, porém, entretanto, "tâmo aqui", não é mesmo?
Tem um ano novinho em folha chegando, com novidades e mudanças tão desconhecidas, que só quando eu chegar lá é que vou saber contar.
Por ora, o meu muito obrigada aos cinco ou sei leitores fieis que me acompanham por aqui. Vocês são demais, crianças!

domingo, outubro 25, 2015

Odiadores odiarão



Tô aqui lutando pra internet não quebrar por conta da repercussão do tema da redação do Enem desse ano.
Entre postagens de #chupamachismo, #aculpaédoPT e #feminismowin, vejo o quanto temos dificuldade em lidar com as coisas e dar devida importância que o assunto merece.
O tema desse ano foi uma vitória. É importante a gente conversar sobre isso, quantas vezes pudermos. E fazer vários jovens pensarem nisso é ótimo. É um grande passo, mas não é vingança.
A intenção não é ferrar o machista, mas fazê-lo pensar. A intenção é igualdade de gênero. É fazer todo mundo ganhar.

quinta-feira, outubro 15, 2015

É o que temos

Dia desses, no caixa do supermercado, ouvi a conversa de dois colegas de trabalho e me veio à mente toda a situação do país.
-       - Cara, tu arrecadou R$18 pra comprar um balde de R$5!.
-       - Pois é, né – com cara de “o mundo é dos espertos“

Quer dizer, falar que o balde custou só isso, nem pensar.
Pegar o restante do dinheiro e comprar um lanche pra galera. Não também.
Ficar com o troco, porque foi ele quem organizou tudo. Tá OK.


domingo, outubro 11, 2015

"O leite só ferve quando você sai de perto"

Esse texto não é meu. Mas é pra mim 

Fabíola Simões

Em meados dos anos 80, lá em Minas, o costume era comprar leite na porta de casa, trazido pela carroça do leiteiro, que vinha gritando "Ó o lêeeeeite!!!".
Minha mãe corria porta afora e o leite _ fresquinho, gorduroso e integral_ era despejado na leiteira para nosso consumo. Porém, era um leite impuro, não pasteurizado, e necessitava ser fervido antes de consumir.
No início, minha mãe tinha um ritual no mínimo interessante para esse evento: Colocava o leite na fervura e saía de perto. Literalmente esquecia. Simplesmente I.g.n.o.r.a.v.a.
É claro que o leite fervia, subia canecão acima e despencava fogão abaixo. Eu era criança, e quando via a conclusão do projeto, gritava: "Mãe!!! O leite ferveu!!! Tá secaaaannndo..." e ela vinha correndo, apavorada, soltando frases do tipo "Seja tudo pelo amor de Deus..." e desandava a limpar o fogão, o canecão, e ver o que sobrou do leite_ pra tudo se repetir no dia seguinte, tradicionalmente.
Até hoje não entendo o porquê desta técnica. Parecia combinado, tamanha precisão com que ocorria. Mais tarde, ela mudou de estratégia. Eu já era maiorzinha e podia ficar perto do fogo. Assim, ficava ao lado do fogão, de olho no leite esquentando_ pra desligar assim que a espuma subisse, impedindo que transbordasse. Foi assim que aprendi uma grande lição:
O leite só ferve quando você sai de perto.
Não adianta ficar sentada ao lado do fogão, fingir que não está ligando; até pegar um livro pra se distrair. É batata: ele não ferve. Parece existir um radar sinalizador capaz de dotar o leite de perspicácia e estratégia. Porque também não basta se afastar fingindo que não está nem aí. O leite percebe que é só uma estratégia. E só vai ferver ( e transbordar) se você esquecer DE FATO.
A vida gosta de surpresas e obedece à "lei do leite que transborda": Aquilo que você espera acontecer não vai acontecer enquanto você continuar esperando.
Antigamente o sofrimento era ficar em casa aguardando o telefone tocar. Não tocava. Então, pra disfarçar, a gente saía, fingia que não estava nem aí (no fundo estava), até deixava alguém de plantão. Também não tocava. Porém, quando realmente nos desligávamos, a coisa fluía, o leite fervia, a vida caminhava.
Hoje, ninguém fica em casa por um telefonema, mas piorou. Tem email, msn, facebook, whatsApp, e por aí vai. O celular sempre à mão, a neurose andando com você pra todo canto. E o leite não ferve...
Acontece também de você se esmerar na aparência com esperança de esbarrar no grande amor, na fulana que te desprezou, no canalha que te quer como amiga. Então ajeita o cabelo, dá um jeito pra maquiagem parecer linda e casual, capricha no perfume... e com isso faz as chances de encontrá-lo(a) na esquina despencarem. Esqueça baby. O grande amor, a fulaninha ou o canalha estão predestinados a cruzarem seu caminho nos dias de cabelo ruim, roupa esquisita e vegetal no cantinho do sorriso.
Do mesmo modo, se quiser engravidar, pare de desejar. Não contabilize seu período fértil e desista de armar estratégias pro destino. Continue praticando esportes radicais, indo à balada, correndo maratonas. Na hora que ignorar de verdade, dará positivo.
A vida _como o leite_ não está nem aí pra sua pressa, pro seu momento, pra sua decisão. Por isso você tem que aprender a confiar. A relaxar. A tolerar as demoras. A não criar expectativas. A fazer como minha mãe: I.g.n.o.r.a.r...
E lembre-se: Tem gente que prefere ser lagarta a borboleta. Sem paciência com os ciclos, destrói seu casulo antes do tempo e não aprende a voar...

Fabíola Simões

Fabíola Simões não é jornalista nem publicitária, mas desde menina adora bordar histórias. Dentista por formação e profissão, inventa enredos no blog "A Soma de todos os Afetos" www.asomadetodosafetos.com No facebook: ASomaDeTodosOsAfetos No instagram: @asomadetodosafetos.

sábado, outubro 10, 2015

Get Along Gang



Ultimamente eu andava com uma sensação estranha de que já tinha conhecido todo mundo que eu tinha pra conhecer nessa vida.
Como se cada pessoa tivesse uma quantidade X de pessoas que iriam cruzar a vida dela e eu, por ter me apressado, já tinha alcançado esse número.
A verdade é que eu estava fechada pra balanço. Tava com uma certa preguiça de iniciar novas relações, sabendo a trabalheira que isso ia dar.
Ainda bem que a gente muda. De cabelo, de hábitos e de opinião. Ainda bem.
Assim me deixei levar por outra paixão na vida: o tecido acrobático.
Ele chegou como presente de aniversário e fez a diferença nesses últimos três meses.
Entre dedos doloridos, ombro machucado, um roxinho aqui e outro ali, fui me superando e, a melhor parte, fazendo novos amigos.
Que besteira a minha de não deixar mais ninguém entrar. Tem muita gente do bem circulando por aí e a melhor coisa é se deixar contagiar!


terça-feira, setembro 08, 2015

Nem lá, nem cá



E eu que achava que tinha descoberto o segredo da vida, do universo e tudo mais,  percebi então que o segredo está no equilíbrio. Simples assim. Equilíbrio.
Nem 8, nem 80, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Nem tanto lá, nem tanto cá.
Chegar a essa conclusão foi bem simples. Difícil é manter essa balança no dia a dia.
Um momento pra trabalhar, pra dormir, malhar, namorar, ganhar dinheiro, pra orar (ou se conectar com aquilo que acredita), outro pra viajar, pra se divertir, pra chorar, pra sonhar, pra batalhar, pra cumprir metas, obrigações, pra se realizar e um tempo pra fazer nada, que também é importante.
Um tempinho pra cada coisa, senão fica chato. Fica perigoso.
A gente corre o risco de ficar  aquele tipo de gente que só sabe falar de uma coisa e só sabe viver essa coisa no dia, entende?
Só sabe ser a mina das dietas da moda e não fala em outra coisa que não seja alimentação saudável. Só sabe ser politizado e não sobra mais tempo pra nenhuma piadinha de animais fofos no facebook. Só sabe ser o maromba e não sobra um espacinho pra deitar no sofá e ver televisão.
O bom de o dia ter 24h é justamente isso. Permitir que sejamos vários. Ser servidora pública, manicure, mãe, ciclista, jogadora de vôlei ou de conversa fora, esposa, amiga, de esquerda ou de direita, budista, sedentária e pianista. Mas tudo no seu devido tempo.
Nada de mais, nem de menos. No meio.

domingo, agosto 23, 2015

Taca-le pau nesse carrinho, Marcos!



Eu sempre tive medo de generalizações. É perigoso demais colocar tudo num mesmo saco e dizer que é assim ou assado porque EU acho que é.
O que mais tenho visto na internet, nesses tempos de empoderamento de redes sociais, são pessoas avaliando serviços e profissionais por experiências mal sucedidas.
Esse lugar não presta (porque eu fui mal atendida), esse profissional é incompetente (porque não gostei da forma como ele me tratou).
Esquecem os julgadores de fazer uma análise mais ampla da situação. Nessas horas deveriam lembrar daquela frase de mãe: “Você não é todo mundo”.
Looogo, não pode falar por todo mundo. Não pode desmerecer um estabelecimento ou profissional porque VOCÊ, apenas VOCÊ, não se deu bem ali. Será mesmo que não tem mais ninguém nesse mundo que ache o lugar agradável ou que se sinta bem cuidada por aquela pessoa?
Até quem erra merece uma segunda chance, por isso é sempre bom ter cautela no falar. Sempre que vou a um lugar novo, tento pensar em tudo que está ali: um novo negócio, inexperiência, um pouco de atrapalho, angústia e muita vontade de dar certo. Nem todo mundo consegue acertar de primeira.
Às vezes é preciso um tempo para se ajustar ao mercado, ao público e, ser compreensível nesse momento também ajuda a impulsionar o comércio local. Não ir para o Facebook na primeira vez que o café atrasar.
Se não foi bom pra você, não conta tudo pra sua mãe. Conta para o dono do restaurante, para a garçonete, para o médico que te tratou mal, para a mensagem inbox da fan page da lanchonete. É esse feedback que os ajuda a perceber onde estão errando, não meter o pau na internet.

quarta-feira, agosto 05, 2015

Agora um poema

Mentira. É um tweet.



Eu poderia viver à la “don’t worry, be happy” ou,quem sabe, à la “hakuna matata”, mas nem sempre é so easy viver.

quinta-feira, julho 23, 2015

Divertidamente



Minha memória vive me pregando peças. Pegadinhas do Malandro mesmo. Sorte dela que ainda não me deixou em saia justa, mas tenho certeza que se diverte comigo.
Hoje, parada no carro, vejo um homem atravessando a rua, vindo na minha direção.
Penso comigo: “Conheço esse homem. De onde? Ele é um homem conhecido. Tem uma cara conhecida. Parece com fulano. Isso, deve ser da família tal, irmão do beltrano. Só pode ser, porque eles têm uma loja aqui por perto. É isso mesmo!”
(ele vai se aproximando)
-Oi, prima!
- Oi, tudo bem?
(É. Não era o cara. É meu primo.)

quarta-feira, julho 08, 2015

Por que, Alex?

Não há sequer um dia em que eu não entre no meu banheiro e não lembre do Alex.
Nem um dia em que eu não pense na vontade que tenho de encontrá-lo, olhar nos olhos dele e dizer “Cara, por que você fez aquilo no meu banheiro? Você teria feito no seu? ENTÃO!”
O Alex passou o rejunte igual a venta dele. Ou, se duvidar, pior.
E é nesse tipo de situação que sempre me pergunto “Por que tanta falta de zelo com as coisas alheias?”
Custava um pouco de cuidado, de carinho com o patrimônio do outro?
Além da preocupação comum de encontrar um profissional que consiga terminar o serviço, você tem ainda que tirar férias e sentar do lado do cabra pra ele não pisar fora da faixa.
É um trabalho cansativo, que seria facilmente dispensado se houvesse profissionalismo de verdade, se o prestador se colocasse no lugar do outro.
É como quando eu mandei pintar o estúdio em que trabalho, deixei lá um trabalhador da minha confiança e voltei dias depois só pra pagar e passar mais dois dias tirando respingo de tinta dos móveis, que ele não se deu o trabalho de cobrir.
E assim as coisas vão acontecendo. Você pagando pra construir/reformar aqui e de olho pra não quebrar ali.



quinta-feira, maio 07, 2015

Perdão pelo vacilo

Já faz alguns meses que nos desentendemos e a culpa é toda minha, eu sei.
Por mais clichê que possa parecer, o problema era comigo e não contigo, mas acabei te envolvendo na história, achando que isso poderia ajudar.
Já estávamos há uns cinco anos em uma relação estável, de confiança mesmo, e eu coloquei tudo a perder em um ato impensado.
Nunca pensei que isso fosse mudar tudo entre a gente, que você fosse ficar tão diferente comigo. Agora a gente simplesmente não se entende.
É fato que estou tentando reparar o erro, correndo atrás do prejuízo, te bajulando, cuidando de você, mas acho que ainda existe muita mágoa, não é mesmo? Eu sinto.
Vou continuar com o mesmo apreço e consideração e, quem sabe um dia, a gente volte a ser feliz de novo.
Só queria te pedir mais uma vez...
“Cabelo, faz as pazes comigo?“


terça-feira, abril 07, 2015

Be polite

Se tem uma coisa que faz falta nesse mundo, essa coisa se chama educação. Não aquela que faz a gente se tornar mestre, doutor, PHD, mas a primária, que parte do “por favor“, “obrigado“ e “desculpe”.
É a partir dela que toda civilização se desenvolve. E quando isso dá errado, meu filho, vixe maria...
Partindo desse raciocínio, a falta de educação compromete todas as suas variantes: educação ambiental, no trânsito, dos direitos das minorias e deveres como cidadão, e por aí afora.
Fica muito difícil exigir que a pessoa que abre o vidro do carro pra jogar o pote de iogurte entenda a consequência daquele ato, porque consciência ambiental é um pacote que você entende melhor quando tem educação.
E fica mais difícil ainda fazer com que entre na cabeça das pessoas que se a luz do semáforo está vermelha, você deve parar.
No meu cérebro funciona de uma forma meio óbvia. É quase acionado por um botão (salvo algumas pequenas corrupções com a luz amarela , que ele às vezes interpreta como “ainda dá tempo”, quando deveria entender que já é pra parar).
Mas no entendimento da maioria das pessoas do bairro onde eu moro, luz vermelha é igual a “posso passar sim”. Até o motorista do ônibus pensa assim.
No shopping, supermercado, banco, com vaga para idoso ou deficiente, o raciocínio é o mesmo “vou parar aqui mesmo, porque é mais perto, porque eu quero, posso e dane-se o mundo“.
Essas são as questões diárias que me fazem desacreditar na capacidade humana de mudança de comportamento e perder a esperança na possibilidade de uma evolução da espécie.

Meu desafio de cada dia é tentar deixar que essas situações não me afetem tanto, que eu não mate ninguém nem morra por isso e que eu não xingue as pessoas ao me deparar com essas ações ignorantes, porque, afinal, coitados, “eles não sabem o que fazem”.