segunda-feira, agosto 31, 2009

História de caçador

Não é só pescador que conta histórias interessantes. Motoristas caçadores também têm cada uma...

Segue uma que ouvi do Seu Alcir, voltando de Xapuri-AC.

Eu e meu irmão fomos caçar. Quando chegamos na mata nos separamos e combinamos de nos encontrar naquele local às 10 horas.
Meu irmão conta que chegou na beira do igarapé pra se lavar e quando olhou pra frente a onça tava há uns três metros dele. Ele olhou pra espingarda que tava apoiada em um barranco, mas viu que tava muito longe e se ele se esticasse pra pegar, a onça pulava em cima dele.
Aí ele pensou:
“O único jeito vai ser mergulhar!” e foi isso que ele fez.
Quando tava embaixo d’água lembrou que tinha no bolso um saco de bombom* de hortelã que ele tinha esquecido de distribuir pras crianças do seringal. Aí ele ficou ali embaixo d´água, chupando bombom e esperando a onça ir embora.
No horário marcado, seu Alcir foi ao encontro do irmão. Quando chegou na beira do igarapé viu a espingarda encostada e nada do irmão. Aí ele olhou pro igarapé e viu no remanso um monte de papelzinho verde, daquele de bombom. Aí ele grita
- Valdir!
Eis que surge o Seu Valdir de dentro d’água e diz:
- Rapaz, Alcir, pensei que tu não ia chegar. Já tava no último bombom!


*Aqui a gente chama bala de bombom.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Do sono perdido

Eu moro na cidade que será o melhor lugar para se viver até o ano que vem. Neste lugar maravilhoso tem muito verde, muito calor e voos aéreos que partem e chegam na deliciosa madrugada. É claro que isso não é desrespeito ao consumidor e, nem de longe, uma forma da empresa aérea dizer que não dá a mínima para o Estado. É só um horário estratégico pra gente valorizar as estradas e ter a oportunidade apreciar o visual das novas obras, coisa e tal.
Há também quem diga que isso não passa de um filhadaputismo sem tamanho. E é desse grupo que eu faço parte.

sábado, agosto 22, 2009

Das coisas boas

O telefone tocou e eu estava realmente decidida a fazer parte do Grupo de Pessoas Que Não Atendem o Telefone Quando Estão Sozinhas Em Casa , justamente porque nunca é para elas.
Mas, por algum motivo que eu não sei qual, resolvi atender e deixar o vácuo para próximo telefonema.

-Alô.
-Oi!
-Oi...Er...OI!
-Vamos tomar sorvete?
-Tu tá aqui?
- Eu tô!
- Que bandida! Vamos sim.

Era a amiga Mayara que mora em Brasília e que não vejo há alguns meses.

Ainda bem que a vida ainda reserva essas surpresinhas boas para fins de semanas melancólicos.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Muito gato.


Adolescência é mesmo uma fase complicada, até mesmo para os gatos. Sinto que Cícero, o gato, chegou a esta ingrata fase.
Passada a época de pular entre os sofás, agora ele gasta suas madrugadas provocando os cachorros vizinhos, se confiando apenas nos portões de ferro que dividem esses dois mundos genuinamente conflitantes.
Anda revoltado com tudo e com todos e é extremamente exigente. Em uma outra realidade, isso seria facilmente resolvido com uma ‘surra de mãe’, mas a psicologia atual não aprova esse tipo de correção e acha que tudo pode ser resolvido com uma boa conversa ou com chantagem, que é o que ele faz.
Então quando acaba a ração que ele come, já que ele só come Whiskas, o gato começa a ficar estressado. Vai dando patada em todo mundo e não se importa com o sentimento alheio. (comportamento típico de adolescente que acha que o mundo gira em torno dele)
Se eu compro outra, ele faz greve de fome e se recusa a comer algo que não seja Whiskas. Imagino que dever ser algo muito bom mesmo ou é só mais um capricho de gato.
Além disso, sobe na mesa do meu computador e me encara com ar de “Sim, minha ração acabou, o que você está fazendo aí sentada?”
Pra evitar maiores conflitos, me rendo e vou comprar.
A última dele é andar com más companhias (outra característica de aborrecentes. Se meter com gente que não presta).
Por isso ontem eu tive que acordar às seis e meia da manhã para resgatá-lo do forro de casa. Com certeza ele pegou corda dos gatos experientes da rua e depois não conseguiu encontrar o caminho de volta. No final são sempre os pais que tiram os filhos das enrascadas. Tomara que ele se torne um gato de família e crie juízo, porque assim não dá!

quarta-feira, agosto 19, 2009

domingo, agosto 16, 2009

Profissão fotógrafa - 'causos'

E já quase no fim da cobertura do evento, um homem me chama:

-Moça, é você que tava tirando as fotos ali?
- Isso.
- Mas me explica uma coisa, essas fotos vão para onde?
- Para o site.
- Pro site? Pelamordedeus! Moça, é o seguinte: há umas seis fotos mais ou menos vc tirou uma em que eu apareço e eu não posso aparecer, entende?
- É que ele está aqui escondido da mulher dele. (explica o amigo).
- Ah, sim...Vejamos (passando as fotos)
-É essa aqui! Você pode apagar?
- Feito.
- Muuuuito obrigado.
- De nada.

*É cada coisa que me aparece...

segunda-feira, agosto 10, 2009

Das dúvidas cruéis

Nesta segunda-feira de manhã apenas três questionamentos me perturbam:
1º Por que depois que o cantor falar alguma coisa, qualquer coisa, a plateia sempre grita “uhuuuu” logo em seguida?
2º Por que quando a gente junta a turma pra tirar foto, logo depois do clique da câmera a gente fala “aêêê”
E a mais pertinente de todas:
3º Por que nenhum radialista fala “programação” e sim “progamação”?

sexta-feira, agosto 07, 2009

Hey, hey, I wanna be a Rockstar!

Pensando nas infinitas possibilidades de alcançar sucesso com o mínimo esforço e fazendo alguma coisa que eu goste, cheguei a uma atividade promissora: promoverei um concurso de bandas imaginárias de rock.

A ideia surgiu em uma conversa despretensiosa sobre o cajón que o André Kajarana pretendia comprar e minha predileção por baterias imaginárias. Foi então que ele me apresentou o “Air Guitar Competition”, um concurso de guitarras imaginárias que eu achei o bicho da goiaba.

É um negócio sério, bem organizado e criteriosamente avaliado. Os competidores têm que tocar durante um minuto, dividido entre dois rounds. No primeiro eles tocam uma música de sua escolha, mas no segundo a música é escolhida pelos juízes e eles têm que se virar nos 30. Puro improviso e talento (imaginário, claro).

No começo eu tô pensando em montar uma banda de garagem mesmo. Afinal, só precisarei de uma garagem e mais três ou quatro integrantes que tenham as tardes de sábado livres e referências musicais interessantes.

A partir daí é correr atrás de patrocínio e botar o negócio pra funcionar. Todo mundo vai querer ser um Rockstar Imaginário.


Metalinguagem dos Sonhos

Isso mesmo, eu e o Mayer de novo.
Tava sentada na escada do Mira Shopping e lá vem ele todo todo.
Eu levanto e digo "Oi, José Mayer, tudo bem? Eu sonhei contigo ó".
Ele sorri simpaticamente e continua subindo as escadas. Acho que ia aos Correios ou a Colcci. Não sei bem.

terça-feira, agosto 04, 2009

affair

Quando estava começando a levar meus sonhos a sério e a achar que eles poderiam significar alguma coisa importante, sonho que vivia um grande romance com José Mayer. Só não me pergunte por que o José Mayer. Não temos nenhuma ligação. Ele deu mole no sonho e eu peguei mermu. Famoso e tal...

Uau, hein?

segunda-feira, agosto 03, 2009

Profissão: fotógrafa

Com a queda do diploma de jornalista, resolvi me dedicar a atividades mais sérias, como fotografar aniversários de crianças, batizados e casamentos.
Eu só não imaginava que os bastidores de aniversários de um ano fossem tão interessantes. São detalhes imperceptíveis aos olhos de quem está só se empanturrando com a fartura típica dessas festinhas, mas que não passam à toa aos olhos do fotógrafo.
O aniversariante é quase sempre a pessoa mais por fora da programação. O de ontem, por exemplo, não gostava de fotos. Sempre que eu apontava a câmera ele me olhava com a cara de quem tá pensando "Lá vem essa chata de novo". Peguei uns dois ou três sorrisinhos contidos.
Os convidados mirins só estão interessados em correr, correr e correr. Sem rumo mesmo. Só correr e dar aquela canseira aos pais.
Enquanto os adultos se alimentam, as crianças se divertem, o aniversariante tira um cochilo e o CD toca pela sétima vez, entra um jovem casal. Retomo meu posto inicial (a porta) e vejo a moça deixando o presente na caixa e entrando na festa meio insegura, cochichando para o namorado: "Será que a gente tá na festa certa?"
Me viro um segundo e lá vai o casal saindo de fininho. Discretamente vou lá fora e vejo ao moça ao celular com aquela cara de "Putz, entrei na festa errada!".
Digo o nome do aniversariante só pra confirmar a gafe e, como profissional da fotografia, resgato o presente da caixa e devolvo pra moça, que vai atrás da festa certa.
O restante do 'trabalho' é tentar fazer com que as crianças não quebrem todo o cenário antes do "Parabéns" e tentar não pisar em nenhuma delas até o final da festa, claro.