Se tem uma coisa que deixa a gente meio pra baixo é coisa
relacionada ao trânsito, né?
Não sei explicar, mas é algo que afeta diretamente nosso
humor. Desde uma batida - que já estraga um dia inteiro ou até dias, dependendo
do tamanho do prejuízo - até um xingamento corriqueiro em um cruzamento da
vida.
É difícil abstrair...A gente tenta pensar em outras coisas,
mas volta e meia tá com aquilo na cabeça.
Já fazia tempo que eu não passava por nenhum aborrecimento
no trânsito, mas hoje quebrei o jejum e tô pensativa até agora.
O que aconteceu foi o seguinte: vinha eu em um rua de
bairro, ligeiramente tranquila, porém, em determinado trecho, havia dois carros
estacionados nos lados da pista, deixando um apenas um corredor pra passagem (lembrando
que a rua tinha duplo sentido). Dava pra passar tranquilo, mas eu devo ter me
distraído com alguma coisa e acabei jogando o carro mais pro lado esquerdo e
encostei meu retrovisor em algum desses carros. Como ele vira com facilidade,
eu só tomei um susto, mas segui. Erro meu: deveria ter dado mais atenção a
isso. Ter parado e visto se não tinha acontecido nada, mas pelo barulho leve,
achei que só que tinha encostado no outro retrovisor e, pelo pouco espaço, ele
dobrou o meu.
Porém, entretanto, todavia, não foi somente isso que
aconteceu. A parte ruim é que fui descobrir de uma forma meio escrota.
Saí da rua tranquila, contando que tinha sido um leve toque,
sem prejuízo pra ninguém. Vem um cara de moto e me fecha. Assusto.
- Senhor, eu bati em você? (foi logo o que me ocorreu)
- Você quebrou o retrovisor da minha amiga!
- Nossa, eu não vi. Vou voltar lá!
Enquanto eu manobrava pra voltar, o cara ficou ali na moto,
meio que me vigiando pra eu não fugir, até que baixei o vidro e disse:
- Não precisa me escoltar, que não sou bandida não! Eu vou
voltar.
Chegando lá percebi que realmente tinha sido mais sério do
que eu imaginava. Desencaixou uma parte do retrovisor do carro. Tava até no
chão. Apanhei e encaixei novamente.
O rapaz, mais do que depressa, chama no interfone a dona do
carro em tom de urgência.
Ela vem acompanhada do esposo, explico o que aconteceu. Ela
verifica o retrovisor. Não houve dano.
De toda forma, me coloco à disposição para qualquer
avaliação que ela queira fazer e deixo meus contatos.
De toda essa história tiro as seguintes lições:
1ª Puta merda, tenho
que ter mais atenção no trânsito!;
2ª Sempre parar e
avaliar a situação e nunca achar que "não foi nada";
3ª Ser mulher e andar sozinha é foda! Deixa a gente
vulnerável pra qualquer ignorante achar que pode abordar a gente dessa forma
intimidadora. Se eu estivesse acompanhar ou o marido tivesse feito isso, duvido
que teria me/nos parado da mesma forma.
No fim do dia a gente fica ali remoendo a situação e
imaginado o que poderia ter falado (típico).
Fica a lição! Essa eu não passo mais!