segunda-feira, outubro 23, 2006

história triste

Ôôiii
Ôôôiiiii

- Mas no programa de hoje eu vou contar uma história triste.
- Música triste, por favor!

*Toca My Immortal – Evanescence

Era uma vez uma gatinha. Era uma vez uma gatinha chamada Tutti. Não, não, ela ainda não se chamava Tutti. Ela era apenas uma gata.
Tudo isso começou quando a Xuxa, a gata siamesa da vizinha, se engraçou por um gato de rua. Do romance nasceram vários gatinhos, inclusive a que um dia viria a se chamar Tutti.
Dias depois do parto, Xuxa foi covardemente seqüestrada e nunca mais se soube dela. Seus filhotes tiveram uma vida difícil e um deles foi procurar abrigo lá em casa (aí sim ela se tornou Tutti). A Tutti é aquele tipo de gato que se apossa da casa da gente, sabe? Ninguém deu, não pegamos pra criar, ela apenas chegou e ficou. E já que estava ali, tinha que ter pelo menos um nome, não é?
Uma gata fria e calculista, que sempre teve a vida baseada em interesses. Nunca teve horário fixo em casa, chegava a saía a hora que bem entendia. Nunca nos deu nenhuma justificativa de seus romances, mas às vezes dava uma de boa moça e namorava em frente de casa, com a luz acesa. Depois veio o pico da juventude. Namorados, muitos namorados. Cada gatinho...
Minha vizinha, a mais “observadora” da rua, diz que ela pegava todos, mas gostava mesmo era do preto. De fato ele era um gatão!
Foram intermináveis noites de gemidos no forro de casa. E não só no de casa. No outro dia os vizinhos comentavam que ela era audaciosa. Queria fazer em todos os lugares.
Devassa! Como se já não bastasse a ingratidão, agora sujava o nome da família.
Os anos foram passando e nada de Tutti ser mãe. Pensamos que quando isso acontecesse ela ficaria mais ajuizada e responsável, afinal, os filhos sempre mudam os hábitos de vida. Isso nunca aconteceu. Tutti era estéril, só podia ser.
Daí a fama e conquista de tantos namorados “Uma gatinha linda, branca com manchas pretas, e que nunca engravida não iria comprometer o futuro de nenhum gato. Não haveria responsabilidades, só um case”.
Tutti foi perdendo o seu vigor e a saúde já não era mesma. Começaram a aparecer uns caroços na barriga de Tutti. Uma espécie de tumor que crescia e diminuía constantemente. Ainda chegamos a falar com o veterinário, mas o tratamento era caro e ela não merecia. Nunca nos deu nenhuma demonstração de carinho, nenhuma carícia de leve, nenhum miado manhoso, nenhum motivo de orgulho - como caçar catitas - só sabia exigir! E exigia comida boa. Nada de rações desconhecidas, apenas Whiskas. E tinha que encher a tigela, pois era para ela para o macho. Cretina!
Mas não pensem que Tutti morreu. Não ainda. Isso é apenas um prenúncio de morte. Um óbvio pressentimento, mas não o fim de Tutti.
Hoje seu estado de saúde requer cuidado. Creio que Tutti adquiriu Hanseníase. Não seria difícil imaginar essa possibilidade. Foram anos de uma vida promíscua, sem critérios na escolha do parceiro.
Ela ainda aparece lá em casa pra comer, sempre acompanhada de seu novo namorado, Jack. Um simpático gato siamês estrábico. Vai ver descobriu o amor verdadeiro. Jack parece um gato sério, disposto a cuidar dela nesses últimos momentos de vida.
Enquanto isso, Chinha (o Super Pedreiro/Pintor/Encanador/Mala/Faz-Tudo) foi escalado para mais uma missão: dar um fim à pobre Tutti. Não sacrifício, apenas um novo lar. Apesar de tudo, é duro demais vê-la definhando. Adeus, querida Tutti!

4 comentários:

André Neri disse...

hahahahahah!
Adorei o pogobol!

Carlos Leite disse...

Qeum planta colhe, já dizia a minha avó. Se fosse mais simpática teria quem cuidasse dela no fim da vida...

Anônimo disse...

Como é que a gente coloca a foto pra sair no comentário?!!!

Anônimo disse...

Dedaaaaaa sua cruelll, pq vc quer dá a Tutti???? Ela q teve uma vida tãooo difícil, ser prostituta nos dias de hoje é difícillll amigaaaa, e agora q ela está no fim da vida, talvez com várias doenças adquiridas sexualmente, vc querrrr abandoná-la, espero q encontre pelo menos um bom asilo!!! HAHAHAHHAH, adoreiiii a história da tutti...