terça-feira, novembro 24, 2009

Inventando nus


Este foi o tema da última palestra do Estúdio Brasil 2009 - um congresso de fotografia que reúne alguns dos bons fotógrafos que existem por aí. O evento aconteceu nos dias 10, 11 e 12 de novembro e foi o principal motivo de eu ter ido a São Paulo.

Invertar nus. É isso que o Klaus Mitteldorf faz. Pra fugir da mesmice do nu artístico, ele pendura as mulheres e sai clicando pra ver no que dá.

De longe, parecia que a modelo era contorcionista e tinha intimidade com a coisa, mas depois ele falou que ela tinha feito apenas um teste no equipamento, antes do ensaio.

O resultado é magnífico. Movimento, formas, composição e arte.

Porém, ele recomenda: "Crianças, não tentem fazer isso em casa".

domingo, novembro 22, 2009

De cara nova

Quer dizer...Não tão nova assim, porque o layout é meio retrô.
Já estava querendo mudar há algum tempo, mas me faltava coragem (já que a ideia não é nada original).
Sugestível trocou de roupa, mas a temática 'meu querido diário' continua.
Espero que gostem.
Bjunãomeliga.

quarta-feira, novembro 18, 2009

Estou confusa...



Dia desses, lendo o blog do Xico Sá (que não é lá meu gênero, mas funciona como um bom manual para entender canalhas) vi um texto resmungão sobre as mulheres tomarem o papel dos homens no que diz respeito a desculpas esfarrapadas.
Ele reclama que a classe feminina se apropriou de algumas desculpas genuinamente deles, como a clássica “Você merece algo melhor” e a mais atual “Estou confusa”.
A argumentação é boa, como sempre, mas os plágios não são só nossos.
Eu mesma fico confusa em ver que hoje eles adotam as novas mídias para copiar nossas táticas mais conhecidas. E pior, com eles dá certo.
Aquela velha história de colocar um trecho significativo da música no MSN ou Twitter que seja, na esperança de que ele entenda que é sim recadinho disfarçado, eles já fazem.
A gente usa essa desde os 15 anos e, raramente dá certo, porque todo mundo percebe, menos ELE.
Já quando eles utilizam esse artifício, a coisa se transforma até em enquete feminina. “Olha só, amiga, no MSN dele tem essa frase...Você acha que é pra mim?”
Se esta foi a intenção, eles acertam em cheio. Se não foi, é claro que nos deixam confusas. Também pudera...

terça-feira, novembro 17, 2009

O improvável sempre acontece comigo - Parte II

Fechando minhas bisonhices em série, no último dia na cidade resolvi chegar ao aeroporto em cima da hora. Não de propósito. Na verdade, eu consegui errar o horário do voo nas 317 vezes que olhei a passagem. Jurava que era às 19, mas ele partia às 18 horas.
Então, às 17:55 eu fui pra fila do check-in, achando que estava abafando por chegar cedo e o check-in já tava era fechando.

Fui a última a embarcar.

De São Paulo ao Rio fui na poltrona do meio, ladeada por um carioca marombado, com um bafo de cachaça maior do mundo, e por um senhor que não sei a procedência, mas que usava pochete. Preferi me manter calada. Graças a Deus o voo durou seus 40 minutos.
Saí do avião à procura do portão para pegar outro avião direto da Brasília.Não tinha ninguém pra dar informação e eu fui seguindo aquele povo com cara de que sabia onde estava indo. Quando passei pelo detector de metais...”Senhora Nattércia Damasceno, última chamada para o voo...”

Saí correndo. Fui a última a embarcar (de novo).

Já acomodada (também na poltrona do meio), jurava que ia direto para Brasília. Engano meu. O voo fazia escala em Vitória e quase ninguém sabia. A Gol fez tudo caladinha.
Neste voo fui ladeada por Cristina e Dona Julia. Esta, uma senhora calma, sensata e super gentil. Aquela sofria algum distúrbio.

Assim que sentei ela logo me perguntou se eu tinha medo e avião. Respondi que não e ela já foi pedindo desculpas caso chorasse durante o voo, pois estava indo ao velório de uma tia.
Passados alguns minutinhos elas começam a puxar conversa. Cristina perguntou se estava correndo tudo bem no voo e segurou a minha mão. “Olha como eu to gelada”. Daí em diante perdi a mão. A mulher alugou a coitada e apertava a bichihna com toda força. Até entendi. Ela estava nervosa, abalada, mas eu tenho ums certa difuculdade pra lidar com esse tipo de situação. Não sei confortar as pessoas.

Durante a viagem ela contou que já viajou várias vezes, que tinha tomado um rivrotil, que fez medicina e que ganhou um carro blindado. Aliás, ela sempre falava nesse carro blindado que ganhou de presente da mãe. Disse que a irmã mora nos Estado Unidos e que o padastro ou sei lá quem da família é dono de 48 prédios no Rio de Janeiro. Logo, ela queria dizer que a família dela tinha dinheiro, muuuuito dinheiro.

Enquanto essa novela se desenrolava, Dona Júlia tentava confortá-la com revistas do Seicho-no-ie. Pegou até o endereço da moça pra mandar vááários números.
Quando eu já tinha esquecido da minha mão, Cristina diz “Olha, eu não sou sapatão não, viu?! É que hoje em dia todo mundo é outra coisa, né?”
Ri amareladamente.

Aa duas continuaram a conversa de doença, remédios e problemas espirituais e eu literalmente no meio daquilo tudo. De vez em quando uma delas lembrava de mim e dizia “Mas essa ainda tem muita coisa pela frente...”. Eu ria.

Finalmente chega a hora do lanchinho. Aí meu estômago se deu conta que já eram 19 horas e ele só tinha sido abastecido às 9 horas, com um chocolate gelado e um croissant da Paulista. A moça serve um copo de guaraná quente com duas pedras macetas de gelo e um cookie.

Quando olhava para aquele único cookie com as bordas queimadas só conseguia lembrar da cena de um filme típico de sessão da tarde: “Melhor amigo”. Não lembro o nome original, mas era a história de um garoto que se tornava super amigo de um labrador chamado Amarelo. Em um acidente no barco do pai, eles caem no mar e ficam perdidos em uam ilha e a única coisa que tinha para o menino comer eram uns cookies queimados feitos pela paquerinha dele. Mas, para sobreviver, ele tinha que comer. Pensando nisso, encarei a refeição da mesma forma.

Pra quebrar o clima doentio da conversa, contei toda a minha saga até chegar ao avião e falei que estava com fome. A partir daí Dona Júlia se sensibilizou de um jeito que não mediu esforços para me alimentar.

Na hora do outro lanche ela cedeu gentilmente suas quatro bolachas salgadas, recheadas com ervas finas para que eu matasse minha fome. Até as balinhas que a bichinha pegava e me dava.
O voo chegou à Vitória e Cristina desceu. Agradeceu muito nossa companhia e saiu com aquele jeito desconcertante.

Dona Júlia seguiu comigo até Brasília. Fomos conversando sobre a família dela e lamentando a situação da moça que deixara o avião. “Tadinha dessa moça”, dizia ela.

Chegamos à Brasília. Encontrei Sabrina e Fabiana que já estavam lá há séculos e contei toda a aventura.
Na vinda para Rio Branco estávamos em lugares separados. Como o voo estava vazio, conseguimos três poltronas livre e viemos fazendo um balanço da viagem, até que um flatulento filho da mãe soltou um gás destruidor e tirou nossa concentração.

O infeliz que fez isso estava oficialmente morto. Não tinha explicação pra tanto fedor...
Fizemos diversos xingamentos à altura do mau cheiro e continuamos a viagem. Ele ainda soltou outro antes de chegarmos.

Pra fechar, consegui soltar a base do meu aparelho, tentando mastigar uma balinha vagabunda de maçã verde. Com isso, o fio ficou solto o fim de semana inteiro, espetando minha bochecha esquerda até hoje de manhã, hora que consegui ir ao dentista pra consertar.

domingo, novembro 15, 2009

O improvável sempre acontece comigo...

Eu diria que esta foi a viagem mais atrapalhada da minha vida. Refletindo um pouco, concluí que tudo se deveu ao fato de eu ter teimado com meu chefe, que, a princípio, não tinha deixado eu ir, mas aperriei tanto o coitado que ele cedeu. Com isso, a coisa desandou.

Depois do fatídico episódio da mala, colecionei nesses seis dias em São Paulo várias situações improváveis para qualquer ser humano comum (menos para mim).

É ca-la-ro que a minha falta de atenção e esquecimento crônicos colaboraram, porque longe de casa parece que estes meus problemas se acentuam. Mas é tanta coisa maluca para uma só pessoa, que eu acho mesmo que o problema é pessoal.

No último dia do congresso de fotografia, eu e Sabrina resolvemos pegar um cineminha no shopping perto do hotel. Coisa leve, comédia romântica pra fechar a quinta-feira sem estresse.
Sabrina se realizou comprando um sacão de pipoca e eu nem comi nada, pois já tinha me acabado nos fast food da vida.

Com cinco minutos de filme, Sabrina faz um sinal me mostrando a pipoca e eu digo, “Não quero, tô cheia!”. Ela faz de novo o sinal e eu “Não gosto, mulher! Come...”. Depois de ver que não tinha jeito, ela disse no meu ouvido “Vamos sair daqui agora!”.

Eu, sem entender nada, perguntei porque. Aí ela aponta pro lado e eu vejo o cara meio deitado na cadeira ao lado dela, com o pinto para fora. Juro.

Levantei com tudo, tremendo mais que vara verde e saí puxando ela. Saímos do cinema super nervosas e assustadas, porque tínhamos visto o cara antes de entrarmos. Era um típico cinquentão com cara de que não freqüenta cinema. Avisamos ao lanterninha e à administração do cinema e fomos embora com medo dele nos reconhecer.
É claro que nós poderíamos ter gritado “Seu tarado filho da puta”, ter dado uma bolsada nele e feito um escândalo na sala, mas sabe lá se o cara tava armado de outro jeito!
Nessa cidade maluca, os doidos são mais doidos e não dá pra fazer barraco assim sem ter certeza do perigo.

No caminho de volta para o hotel veio a raiva e a revolta. Passar por uma dessas é de emputecer qualquer mulher. A classe feminina há de concordar comigo que ver um pinto sem o seu consentimento é uma violação, independente do tamanho, raça e cor deste membro. É um desrespeito e um filhadaputismo sem igual.

Não entro nem na causa desse tipo de tara, porque homens como estes existem em todos os lugares, mas o desgraçado tinha que sentar justamente do nosso lado?
Ô zica, viu...


quarta-feira, novembro 11, 2009

Tudo é uma questão de caldo


Eu definitivamente consigo ser a pessoa mais esquecida de todas as pessoas esquecidas do mundo inteiro. É uma questão de se superar a cada dia, sabe? Principalmente em terras alheias (a da garoa, especificamente).
Fora o fato de eu ter perdido o prazo pra comprar a passagem para São Paulo, com destino ao aeroporto de Congonhas, e ter seguido para Garulhos, eu consegui mais!
Desembarquei às 10:45, saí correndinho para pegar o ônibus das 11 e perdi. Cheguei quando o último passageiro entrou. O próximo ônibus só às 12:30 e eu fiquei lá esperando...Na hora de embarcar, um quarteto de mineiros fez uma confusão sem tamanho e impediu a entrada da galera que tinha ingresso, o que me incluída.
Passado o barraco, resolvida a confusão, sai o ônibus às 13h, com todos famintos.
Mais de uma hora depois, chega-se à Congonhas. O que a doida faz? Sai do ônibus como se tivesse chegado ao ponto final do Tucumã e segue livrem leve e solta. A verdade e que eu tava super apertada e precisava mesmo fazer um xixi, então saí, fui ao banheiro, tomei um táxi, peguei a Fabiana no apartamento da amiga dela e seguimos para o hotel. Já na altura da Av, Paulista... “Putz, esqueci minha mala!”
Juro que só dei falta da mala tamanho família já chegando no hotel. Há quatro meses estive aqui e brinquei de esquecer a carteira com todos os meus documentos dentro. Ainda bem que esqueci na Escola de Fotografia e isso só me rendeu uma noite em claro, até que eu tivesse certeza do esquecimento. Mas dessa vez eu confesso que caprichei e paguei caro por isso.
Liguei pro aeroporto e pela misericórdia divina a mala já estava lá esperando para ser resgata.
Contei com a solidariedade das amigas Fabiana e Sabrina, que racharam o táxi e o aperreio comigo. Foi nessa situação que topamos com Márcio, o taxista mais maluco que já conhecemos e que nos explicou esse lance do ‘caldo’.
Primeiro ele lançou um desafio tentador: se a Sabrina acertasse a idade dele, a corrida sairia de graça.
Ela não acertou.
Depois contei que estava indo resgatar a mala no aeroporto e fui chamada de ‘mala’ a viagem inteira, que teve direito a trilha sonora de Hugo Pena e Gabriel e dicas de relacionamento...
*Foto que a Fabiana tirou quando o moço gentil da Gol me entregou a mala.


Fabiana: É aqui que entra a minha descrição do que foi o dia da chegada da Deda à terra da garoa. O combinado era sair de Táxi de Congonhas, me pegar em Moema e seguir direto para o hotel na Consolação. Plano simples que até deu certo, até chegarmos à Paulista. Ai, não! Nããããooo, nããããooo! O que foi?!! Fabiiii, esqueci minha mala! E foi aí que compreendi que minha viagem de férias definitivamente será tranqüila.


To be continued...

quarta-feira, novembro 04, 2009

Dos tiros na macaca

Depois de séculos sem dar as caras, Manga apareceu aqui em casa. Veio consertar um problema no chuveiro e justificou sua ausência com a nova lotérica que abriu perto da casa dele e do lado oposto da minha, logo, não havia mesmo razão pra aparecer.
Aproveitou pra perguntar como estão as coisas, os cachorros, quantas faculdades tenho e se casei, claro.
Quando disse não, ele perguntou a minha idade.
- 24 (respondi)
- Vixe, já deu quatro tiros na macaca!

Segundo a expressão, “Dar um tiro na macaca” é o mesmo que “Ficar pra titia”. Pesquisando por aí, vi que o primeiro tiro pode ser aos 20 ou aos 25. Não há muita precisão quanto a isso, mas estudos revelam que o último é certamente aos 30. Em cidades mais generosas do Nordeste, a contagem é de cinco em cinco anos, mas por aqui parece que é anual. Ou seja, tenho mais seis anos para largar essa vida de caçadora.


terça-feira, novembro 03, 2009

finados


Fotografar o cemitério no Dia dos finados não era bem um programão para o feriado, mas já que eu ia ficar em casa sem fazer nada, decidi ir.
Fotografar o cemitério também não era tarefa fácil, já que pessoas estavam ali para lembrar da morte e a presença de uma câmera muda tudo.
No fim das contas, foi até engraçado.
A idéia inicial era uma saída fotográfica com um grupo e tal, mas na hora marcada só encontrei a Talita Oliveira. Diego Gurgel só encontramos pra contar histórias.
Entre os arranjos de flores, banners, tendas, coroas e litros da Verágua, os olhares curiosos e comentários inusitados.

- Olhaí, não tem nem tamanho...

*Alguém se referindo ao meu porte nada fotográfico. Se eu for esperar crescer pra poder ter uma câmera, estou lascada.

- Essa ai (câmera) é profissional mesmo! Olha o tamanho do bico da bicha!

- Vocês estão fazendo algum trabalho? Não são daqui não, né?

- Mas vocês não trabalham em nenhum lugar? É só porque gostam de fotografia mesmo?

Quanto às fotos, estão aqui e aqui.