No dia em que alguém, que também pode ser um médico, disser que você precisa fazer um exame no nariz, por favor, corra.
Eu, ao contrário, não corri.
Fui super macho e encarei a cadeira da tortura.
Quem me conhece e quem também não me conhece deve saber do meu problema de rinite. É um negócio chato e antigo.
Como eu moro na Amazônia chuvosa, os primeiros meses do ano são os mais dolorosos para a vida nasal. Dias úmidos e cheios de espirros.
Nesse 2010 de meu Deus vi que a coisa tava ficando séria e decidi consultar um médico, pra ver se dava uma melhorada. E melhorei. Ele me receitou remédios que me transformaram em uma nova mulher com rinite controlada.
Infelizmente, ele também passou um exame que foi ontem. É que eu corajosamente fiz.
Ao chegar ao consultório ele prontamente me explicou o procedimento. “O negócio é o seguinte: eu vou enfiar esse algodão cheio de anestésico na sua venta”. “Vai doer?”. “Vai arder um pouco”.
Ele assim o fez.
Enfiou a tripinha de algodão umedecido até praticamente a altura da íris do meu olho e mandou eu passar 15 minutos assistindo desenho.
Aliás, é ele um otorrinolaringologista super bacana, também denominado por seu anestesista como ‘ventólogo’ (nome mais do que apropriado para quem cuida de venta, não?)
Passado o recreio, volto para dar seguimento à tortura. Ele retira os algodões e eu já to com o nariz dormentinho. Então ele introduz um fio preto fininho, com uma câmera na ponta e que reproduz a imagem na TV de 20” que estava ao meu lado. Devo dizer que me senti o próprio ar entrando e percorrendo todos aqueles corredores sebosos e apertados. Vi até minha garganta!
O exame foi revelador. Descobri que tenho um nariz mais torto que o homenzinho torto. Meu septo esquerdo é torto e empata a passagem de ar, por isso não respiro bem. Do lado direito tem uma pelezinha filha da mãe que resolveu crescer mais do que deveria e sempre inflama, provocando aquelas minhas crises infernais.
Tudo isso pode ser amezinado com o medicamento. É só eu continuar tomando aquele remédio da nova mulher com rinite controlada que a vida fluirá sem muitos atropelos.
A consulta acabou e meu nariz continuou dormente.
“Sim, doutor, e esse efeito, quando passa?”
“Ah, daqui uns 20 minutos ta passando”.
Pois bem. Fui pra casa e fiquei ‘di bôua’ esperando o tal efeito de dormência vazar.
Os minutos foram passando, o nariz foi ardendo, a garganta trancando, a náusea chegando e eu aperriada.
Parecia que tinham passado pimenta em todo o meu interior ‘ventário’. Os olhos lacrimejavam de ardência e de manha (eu sou uma menininha e meu direito de chorar está mais do que justificado).
Deitei, fechei os olhos e fiquei esperando o pesadelo passar. Acabei pegando no sono. E que sono, meus amigos. Aquele sono com pegada, sabe?
Acordei algumas horas depois, comi alguma coisa e me aventurei para o trabalho.
O restante do dia for marcado por raciocínio lento e leseira anestésica.
Exame de venta? Never more!
Eu, ao contrário, não corri.
Fui super macho e encarei a cadeira da tortura.
Quem me conhece e quem também não me conhece deve saber do meu problema de rinite. É um negócio chato e antigo.
Como eu moro na Amazônia chuvosa, os primeiros meses do ano são os mais dolorosos para a vida nasal. Dias úmidos e cheios de espirros.
Nesse 2010 de meu Deus vi que a coisa tava ficando séria e decidi consultar um médico, pra ver se dava uma melhorada. E melhorei. Ele me receitou remédios que me transformaram em uma nova mulher com rinite controlada.
Infelizmente, ele também passou um exame que foi ontem. É que eu corajosamente fiz.
Ao chegar ao consultório ele prontamente me explicou o procedimento. “O negócio é o seguinte: eu vou enfiar esse algodão cheio de anestésico na sua venta”. “Vai doer?”. “Vai arder um pouco”.
Ele assim o fez.
Enfiou a tripinha de algodão umedecido até praticamente a altura da íris do meu olho e mandou eu passar 15 minutos assistindo desenho.
Aliás, é ele um otorrinolaringologista super bacana, também denominado por seu anestesista como ‘ventólogo’ (nome mais do que apropriado para quem cuida de venta, não?)
Passado o recreio, volto para dar seguimento à tortura. Ele retira os algodões e eu já to com o nariz dormentinho. Então ele introduz um fio preto fininho, com uma câmera na ponta e que reproduz a imagem na TV de 20” que estava ao meu lado. Devo dizer que me senti o próprio ar entrando e percorrendo todos aqueles corredores sebosos e apertados. Vi até minha garganta!
O exame foi revelador. Descobri que tenho um nariz mais torto que o homenzinho torto. Meu septo esquerdo é torto e empata a passagem de ar, por isso não respiro bem. Do lado direito tem uma pelezinha filha da mãe que resolveu crescer mais do que deveria e sempre inflama, provocando aquelas minhas crises infernais.
Tudo isso pode ser amezinado com o medicamento. É só eu continuar tomando aquele remédio da nova mulher com rinite controlada que a vida fluirá sem muitos atropelos.
A consulta acabou e meu nariz continuou dormente.
“Sim, doutor, e esse efeito, quando passa?”
“Ah, daqui uns 20 minutos ta passando”.
Pois bem. Fui pra casa e fiquei ‘di bôua’ esperando o tal efeito de dormência vazar.
Os minutos foram passando, o nariz foi ardendo, a garganta trancando, a náusea chegando e eu aperriada.
Parecia que tinham passado pimenta em todo o meu interior ‘ventário’. Os olhos lacrimejavam de ardência e de manha (eu sou uma menininha e meu direito de chorar está mais do que justificado).
Deitei, fechei os olhos e fiquei esperando o pesadelo passar. Acabei pegando no sono. E que sono, meus amigos. Aquele sono com pegada, sabe?
Acordei algumas horas depois, comi alguma coisa e me aventurei para o trabalho.
O restante do dia for marcado por raciocínio lento e leseira anestésica.
Exame de venta? Never more!
Um comentário:
Pô, muito divertido o seu texto, ri demais. É bom descontrair um pouco à noite lendo textos como esse!... Afinal a vida é... bela!
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