segunda-feira, novembro 10, 2008

Intercâmbio cultural e religioso

Mestre Luiz Mendes em diálogo com o Cacique Biraci Brasil
Biraci Brasil, Cacique da aldeia Yawanawá, distante cerca de dois dias de barco do município de Tarauacá, às margens do rio Gregório, visitou na manhã de domingo (09) o Centro Eclético Flor de Lótus Iluminado (CEFLI) – Comunidade Fortaleza - localizado na área rural de Capixaba, a 100 km de Rio Branco, às margens do Rio Xipamano na fronteira com a Bolívia.
Como o Cacique estava em Rio Branco participando da programação “Somos todos brasileiros”, surgiu o convite por parte de um dos membros da Doutrina do Santo Daime para que ele fizesse esse intercâmbio cultural e religioso.
Compreensível às diferenças, Buraci aceitou o desafio de estar pela primeira vez em um ambiente daimista. “Nessa minha vinda a Rio Branco eu esperava tudo, menos uma oportunidade como essa de estar aqui no Cefli. Em nome do meu povo estou muito grato”, declarou.
O diálogo com o mestre Luiz Mendes, líder do Cefli, foi longo. Lá, falaram dos encantos da natureza, sobre a exploração econômica dos bens naturais, de como o homem perde a essência por causa do capitalismo.
Fato interessante foi a discussão acerca da “espiritualidade das árvores e dos animais”.
“São poucas as árvores que têm espírito. Uma é a copaíba. Ela é viva, não na madeira, mas no espírito”, comentou o Cacique referindo-se a uma árvore de copaíba que o vento derrubou na reserva ambiental da Comunidade Fortaleza, mas que continua exuberante.
Entre os animais citaram a onça pintada. “A onça pintada é um grande ser”, afirmou Biraci. “Só não dá para se enganar com ela”, replicou Luiz Mendes, arrancando risadas do público.

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