sexta-feira, abril 04, 2008

Diário de Bordo - Lembra?

Olinda, quero cantar a ti?

Eu já estou querendo viajar de novo, mas preciso terminar de contar as minhas férias do verão de 1958, lembra?
Depois de Porto de Galinhas e Praia dos Carneiros era hora de conhecer o famoso carnaval de Recife. Sempre que me perguntam se eu gosto de carnaval eu me declaro como não muito fã da festa, mas que participa pra não perder o feriado. Porém, depois dessa última experiência, mudei meu status para ‘não gosto mesmo de carnaval’.
Acho que a primeira noite que fomos ao Recife Antigo foi na sexta-feira. Eu já não estava muito animada, porque o Edson, como de costume, atrasou um monte e o cansaço da praia só pedia cama. Mas, pra não ser a mais chata da turma, fui.
Não tava lotaaaado, mas tava cheio. E pra quem está acostumada ao aperto do Folia na Gameleira, deu pra encarar na boa.
Muita gente bonita, animada e fantasiada. Sim, ao contrário do que acontece aqui, em Recife todo mundo se fantasia. Criança, adulto, velho, qualquer um, de qualquer jeito e em qualquer dia...Não tem esse negócio de sair o Bloco dos Sujos no domingo e os homens se vestirem de mulher. O povo tá fantasiado toda hora.
O ritmo é o mesmo: é frevo, é frevo, é frevo. Pra quem não conhecia foi até interessante no começo, mas depois fica chato quando a gente vê todo mundo cantando as músicas e não sabe a letra. Senti saudades de “Aiiii, morenaaaa, deixa eu gostar de vocêêê”, na voz de Carlinhos Bahia.
Pra mim, era só uma chance de conhecer o carnaval de outra cidade, mas para as seis mulheres solteiras que estavam comigo era uma oportunidade e tanto. Minha prima ficava indignada com a falta de atenção masculina. “Meu Deus, a gente ta tão fácil aqui, tão disponível...Como é que ninguém percebe?”. O saldo da noite tão foi tão bom quanto elas esperavam, mas alguns representantes da classe masculina se manifestaram para a satisfação feminina.
Pra mimm, a noite foi salva por Paulo Miklos. Quando tudo parecia perdido, olho pro telão e vejo um rosto conhecido...Corro lá pra frente do palco e tá lá o Paulinho cantando Bichos Escrotos, bixo! Pulei e gritei até não querer mais. Isso foi, certamente, o melhor do carnaval em Recife.
No sábado era dia do Galo da Madrugada, o famigerado galo carnavalesco. Nesse dia, chegamos ao sábio consenso de não enfrentarmos a muvuca e ficamos no hotel acompanhando tudo pela TV. Patty, que não queria ficar atrás, ligou pra prima dela aqui em Rio Branco e disse pra ela ficar acompanhando na Band pra ver se conseguia nos ver no meio da multidão...Enquanto isso, eu e as meninas ficávamos gritando perto do telefone e utilizando expressões carnavalescas para tornar tudo o mais real possível: “Uhuuuuu...Voltei Recifeeee, foi a saudade que me trouxe pelo braço...” “Ta muito bom aqui, olha aquele gato passando!!!”
Depois da farsa, voltamos a ver TV.
Ainda na expedição “Carnaval em Recife”, resolvemos conhecer Olinda. Combinamos de ir no domingo, cedo, mas o dia foi passando, o sol esquentando, e chegamos lá no fim da tarde.
Olinda é o seguinte: aquele monte de gente indo e vindo o tempo todo, aqueles bonecos gigantes e simpáticos e uma ladeira maceeeta.
Quando pensávamos que o pior era subir a ladeira, encontramos o inferno lá em cima. Não sei quem diabos teve a idéia de me colocar à frente da expedição, só sei que quando eu percebi já estava sendo esmagada, esmurrada, pisoteada e asfixiada tudo em um intervalo de 3,5seg. O esquema ali é complicado e eu quase não escapo...
Quando consegui chegar a um lugar seguro, não quis sair de lá nunca mais, mas saí. Demos umas voltinhas, ouvimos mais frevo, tiramos umas fotos (eu com uma cara nada simpática) e resolvemos descer a ladeira e voltar para o hotel de onde nunca deveríamos ter saído.
Na volta, veio o problema do ônibus. Havia 317 mil pessoas no ponto e eu me vi não conseguindo entrar no ônibus.
De repente aparece um moço milagroso oferecendo um microônibus pra Boa Viagem e cobrando só R$1,00 a mais que a passagem. Corremos lá e garantimos nosso lugar no fundão.
Seis mulheres (Raquel não foi de novo. Ficou dormindo no hotel) bem sentadas e voltando felizes para ‘casa’. Aí entrou uma galera super animada no ônibus falando que era aniversário da Raquel (que não era a nossa, porque, como eu disse, ela ficou no hotel dormindo). Então a Patty, pafrente que só ela, puxou o “Parabéns pra você” e todo mundo cantou. Aí começou uma cantoria no ônibus liderada pela Patty. Era só ela dar uma palhinha que o pessoal continuava e “É tome, tome, tome, tome, tome, tome”. Na metade da viagem Patty já era identificada como Joelma da Banda Calypso. Pelo menos ele sentiu que éramos da Reigão Norte. Chegamos a salvo e fomos dormir.
A segunda-feira foi uma chatice.
As fichas estavam todas apostadas na terça-feira, meu penúltimo dia na cidade e que nem na cidade foi, porque fomos pra Paraíba.
Essas poucas distâncias entre os municípios do Nordeste me fazem pensar que eu seria uma pessoa bem feliz se morasse na região, porque se aqui, que as cidades do interior não têm muito atrativo (a não ser uma zona franca pra comprar muamba), a gente enfrenta duas, três horas de viagem pra se distrair, imagina eu tendo a possibilidade de estar em outro Estado em duas, cinco, dez horas! Eu ia mesmo!
Pois então...Em duas horas chegamos na Paraíba. A primeira parada foi na Praia Bela: mar brabo e onde ganhei a prova do líder pela resistência ao sol. A próxima foi a de Tambaba, famosa por ter uma área naturista, mas essa parte melhor deixar quieto. Sem dúvida uma das praias mais bonitas que vi. Fiquei encantada com o visual.
A última foi a Praia de Coqueiros, que tinha uma descida monstra de terra batida e a gente teve que ir a pé, porque a van até descia, mas não garantia a volta. Lá também é bonito, mas foi só pra descansar e se despedir do mar.
Não sei se cheguei a comentar aqui nossa filosofia turística, mas no final da viagem ela foi se tornando cada vez mais presente. “Um dia de pobre e um dia de rico”, essa era filosofia. Então um dia nós almoçávamos filé de peixe e camarão ao molho e no outro, cachorro quente da barraquinha na praia. E foi assim até o fim...
Por falar em fim, enfim, a viagem está acabando, mas as considerações finais eu deixo pro último post do diário. Juro!




4 comentários:

Samuel Bryan disse...

uma viagem de ferias nunca é uma viagem de ferias sem o "dia de pobre e o dia de rico"
é assim q a gente tem as melhores historias pra contar
hahaha
=*

kika disse...

ô invejinha.....

=)

bjoca!!!!

Unknown disse...

Amiga essa viagem certamente ficará nos anais das nossas vidas, eu jamais me esquecerei os meus 30 min de fama dentro daquele micro onibus vindo de Olinda, kkkkkkkk eu que logicamente tenho meu dom de artista não poderia passar despercebida em outra cidade que não fosse a minha, gaita como sou, já gosto de chegar chegando... Mas continuando, foi nossa primeira viagem juntas e inesquecível pois foram muitos momentos de alegria, riqueza, e pobreza tbm, kkkkk(se aqueles cachorros quentes falassem) kkkkkkkkkk, sem contar nossa passagem pelo ceará que foi fantástico, plim, plim...

Anônimo disse...

Quase morro de rir agora lembrando de nossas aventuras, perdi algumas pq fiquei no hotel dormindo né(rsrsrs)mas amiga um dia de praia não e fácil,é lindo o mar,maravilhoso a paisagem,mas fiquei quebrada msm,mas enfim,foi maravilhosa nossa viagem,espero q tenha muitas outras,vai ficar na história,só não quero mais ouvir frevo,ngm merece :D Bjs